Arouca Geopark - Portugal (Parte I)
Antes de começar este "primeiro post de 2015", gostaria de desculpar-me pelo "sumiço". Como todo início de ano traz o lema do “Ano novo, vida nova”, o meu veio
literalmente assim. Neste caso: ano novo, vida nova, país novo e nova rotina de trabalho...
Bom, como estou em Portugal, acho justo que o primeiro Geodestino de 2015 seja aqui.
Então, hoje falarei um pouco sobre o Arouca Geopark!!!
Então, hoje falarei um pouco sobre o Arouca Geopark!!!
Vamos lá...
Estive no Geoparque em maio de 2012, na ocasião participávamos de um
congresso em Coimbra. Houve duas excursões, uma para o
Geopark Naturtejo e outra para o Geoparque Arouca. Escolhemos o
Naturtejo, que é um lugar lindo, mas o Arouca havia ficado em nossos planos. Link do post Geopark Naturtejo. Quando falo nossa, refiro-me a então companheira de viagem e Geógrafa, Carmem Carvalho.
Pois bem, decidimos ir ao Arouca e no dia seguinte cedinho pegamos um táxi
até a Europcar para locar um carro. Escolhemos entre os básicos, um polo,
muito bonzinho que nos atendeu perfeitamente. Alugamos sem GPS, pois segundo
Carmem, éramos Geógrafas e compraríamos um mapa. (Risos e risos).
"Carmenzita" se entendendo com o mapa. |
O Arouca Geopark está localizado na região norte de Portugal (Como chegar). Saímos de Coimbra e seguimos para pela autoestrada A1
no sentido Norte rumo a Arouca. Já na cidade de Arouca encontra-se um centro de apoio ao visitante. Na ocasião recebemos um material
informativo, como folders e panfletos, e ainda uma sacolinha com
um material super bacana, contendo mapa de trilhas, além de um boton com a
marca do geoparque, que tem, digamos como carro chefe: os fósseis de trilobitas.
Trilobitas eram artrópodes e surgiram no Cambriano, resistiram à várias extinções durante os períodos que viveram chegando até o Permiano, ao final do Paleozoico, quando então foram extintos. (Trilobitas em Canelas)
Trilobitas eram artrópodes e surgiram no Cambriano, resistiram à várias extinções durante os períodos que viveram chegando até o Permiano, ao final do Paleozoico, quando então foram extintos. (Trilobitas em Canelas)
Centro de visitantes em Arouca. |
Após sairmos, seguimos para Canelas, onde está um dos principais geossítios do geoparque,
a Pedreira de Canelas, é lá que se encontram os maiores fósseis de trilobitas já
encontradas no mundo.
A pedreira é particular, nela é extraída e comercializada uma rocha chamada de Ardósia. Tratasse de rocha
metamórfica, pelo nome já é possível imaginar que sofreu uma metamorfose, ou
digamos: uma transformação. Ou seja, uma rocha metamórfica é resultado de algum
processo de modificação. Esse processo pode ter sido decorrente de altas
temperaturas, altas pressões e associados a própria composição da rocha. Por
exemplo: O quartzito é uma rocha metamórfica, mas um dia ele foi uma rocha
sedimentar, neste caso: um arenito.
Bom, voltemos ao geossítio. Em
Canelas podemos visitar uma área da pedreira e o museu, onde estão expostas os
melhores e maiores exemplares de fósseis de trilobitas que são extraídos da
pedreira. Há uma sala de projeções, onde são dadas informações sobre todos os
processos. Na ocasião estavam recebendo alunos de uma escola local. Há também umas mesas em frente ao museu, onde
se pode fazer um lanche, ou tomar um café comprado na maquininha.
Fósseis de trilobitas nas placas de Ardósia. |
Seguimos em direção a Serra da Freita,
um lugar lindo!
Não sei que lugar é esse exatamente, pois estávamos perdidas (Rs). Mas, é lindo! |
Serra da Freita! |
Paramos na Albergaria da Serra, o restaurante é uma atração a parte, todo decorado com réplicas de trilobitas, fotografias dos geossítios, da fauna e flora local. O atendimento foi de primeira, o pessoal é receptivo e simpático e claro a comida deliciosa.
Enfim... Albergaria da Serra. Restaurante completamente no clima do Geoparque! |
O selo do Geoparque em alguns produtos. Uma boa sacada para promoção do território. |
Saímos com destino às pedras
parideiras, no caminho encontramos o pessoal da excursão. Na verdade eles nos
encontraram (É uma longa história, mas agradecemos até hoje ao pessoal da
Albergaria, rs).
Paramos em um mirante (Miradouro, como eles chamam aqui em Portugal) com uma
paisagem linda da Frecha da Mizarela, uma grande e linda queda d'água.
Mirante da Frecha da Mizarela |
Queda d'água com aproximadamente 70 metros. |
Em seguida, chegamos às tão esperadas Pedras Parideiras. O lugar é lindo e lá conseguimos entender melhor a razão do nome “Pedras Parideiras”.
Chegada as Pedras parideiras. |
O que vemos?
Um afloramento de rocha
granítica, também chamada de plutônica ou intrusiva, pois se forma no interior
da Terra, quando o magma em decorrência da diminuição temperatura começa a
esfriar até solidificar e virar rocha. No granito há umas intrusões em forma de
nódulos (como um círculo achatado) compostas pelo mineral biotita na parte externa e um
núcleo de quartzo-feldspático (pedras parideiras). Esses nódulos, em função de
processos geológicos e de sua composição (são menos resistentes que o granito), acabam se desprendendo do granito, e
daí vem o nome de pedras parideiras.
Estrutura construída para minimizar o impacto sobre o afloramento. |
Amostra da rocha em exposição na Albergaria. |
Amostra dos nódulos, também expostos na Albergaria. |
Nossa viagem ao geoparque terminou com uma visita a uma confeitaria, onde é vendido biscoitos em forma de trilobitas e pedras parideiras. Todos com o selo do Geoparque e da UNESCO.
Para saber mais sobre: Geossítios Arouca Geopark
Bom, voltamos para Coimbra ao fim do dia com muita história pra contar!!!
Como estive no Arouca Geopark em maio de 2012, soube que algumas coisas mudaram por lá. Há novos produtos turísticos e foram implementadas novas estruturas, como a casa das pedras parideiras - centro de interpretação.
Assim que voltar ao Geoparque atualizarei o post com uma Parte II.
Até a próxima...
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